Ao telefone, o ex-presidente faz comentários breves, mas algo sugere que “a coisa” está feia. Despedindo-se do interlocutor, informa aos entrevistadores. “Era o Luiz Carlos Mendonça de Barros (ex-presidente do BNDES e ex-ministro). Preocupado com os Estados Unidos...” Ajeitando-se à cabeceira da mesa de reuniões no instituto que leva seu nome, em São Paulo, não se furta a dizer que acertou no diagnóstico que fizera há pouco tempo para um grupo de economistas do PSDB. “Na volta de uma reunião com o pessoal do Citibank, onde estive com o Bill Clinton e o Felipe González, disse que a situação não era boa nos Estados Unidos. O Luiz Carlos achava que estava tudo uma maravilha. Não está. Em Providence, cidade americana do tamanho de Bauru, vi o anúncio no jornal: um mapa com bandeirinhas mostrando as 800 casas que iam a leilão. Oitocentas! Ora, se isso não é recessão, é o quê?”
É assim que Fernando Henrique Cardoso, 76 anos, batiza o clima de incerteza que ronda a economia norte-americana. E mesmo achando que o Brasil melhorou em vários aspectos, não descarta que 2008 seja um ano turbulento, difícil, “inclusive do ponto de vista energético”. Faz analogias atmosféricas: “Os ventos foram muito favoráveis a nós nos últimos tempos. Mas tem brisa aí que não é boa”. Lá vem FHC jogando no “quanto pior, melhor?” Não, garante o grão-tucano, que se diz fora do combate político-eleitoral, mas a quem se atribuem insondáveis poderes de manipulação. “Ah, como se fosse fácil...”, ironiza.
Nesta entrevista exclusiva ao Aliás, Fernando Henrique aceita passar em revista o Brasil e o mundo. Do embate vitorioso contra a prorrogação da CPMF à voracidade da China nos mercados globais, passando pelos candidatos à Casa Branca e os desafios da democracia, foram quatro horas de conversa, ao longo das quais não perdeu a oportunidade de lembrar os feitos de seus dois mandatos
Leia a matéria de Laura Greenhalgh e Fred Melo Paiva em O Estado de São Paulo
É assim que Fernando Henrique Cardoso, 76 anos, batiza o clima de incerteza que ronda a economia norte-americana. E mesmo achando que o Brasil melhorou em vários aspectos, não descarta que 2008 seja um ano turbulento, difícil, “inclusive do ponto de vista energético”. Faz analogias atmosféricas: “Os ventos foram muito favoráveis a nós nos últimos tempos. Mas tem brisa aí que não é boa”. Lá vem FHC jogando no “quanto pior, melhor?” Não, garante o grão-tucano, que se diz fora do combate político-eleitoral, mas a quem se atribuem insondáveis poderes de manipulação. “Ah, como se fosse fácil...”, ironiza.
Nesta entrevista exclusiva ao Aliás, Fernando Henrique aceita passar em revista o Brasil e o mundo. Do embate vitorioso contra a prorrogação da CPMF à voracidade da China nos mercados globais, passando pelos candidatos à Casa Branca e os desafios da democracia, foram quatro horas de conversa, ao longo das quais não perdeu a oportunidade de lembrar os feitos de seus dois mandatos
Leia a matéria de Laura Greenhalgh e Fred Melo Paiva em O Estado de São Paulo
Um comentário:
Alô, Giulio
Ao ler seu post, lembrei-me da expressão do tempo em que eu era mais jovem, quando perguntavam como está 'a coisa'. E a resposta, que cabe no assunto:
- Mole e de cabeça para baixo!
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