23 de jan. de 2008

Na barraca de feira, os lotes do Lobão

Na sua celebrada modéstia, o presidente Lula tem os seus momentos em que costuma abrir a guarda e transitar pela exaltação dos feitos do seu governo, sempre qualificado como os maiores do mundo e em todos os tempos.
Pois foi um desses instantes de euforia, na oficialização do acordo com o PMDB - parceiro perfeito para as previsíveis dificuldades de um ano eleitoral - que o nosso iluminado dirigente viveu na posse do novo ministro de Minas e Energia, o experiente, sensato e conciliador senador maranhense Edison Lobão.
Posse de arromba, com a cúpula peemedebista em peso, não apenas presente, mas participante, na excitação dos diálogos que giraram sobre o rateio de um ministério de cutucar a inveja de legendas menores, que disputam as sobras de fim de feira.
Ninguém mais desembaraçado e à vontade, como mestre-sala em desfile de rancho, que o senador Waldir Raupp, líder da bancada no Senado. Falante e efusivo, comemorava o lucro do partido que está levando uma pasta que gerencia bilhões e, com porteiras abertas ou cerradas, está conseguindo abocanhar as mais cobiçadas fatias do bolo: o controle da Eletrobrás e da Eletronorte ao modesto custo da entrega da Eletrosul para a senadora Ideli Salvatti, líder do PT. Afinal não era possível deixar o PT fora do glorioso período que se abre para o PMDB, afinal parceiro do governo, na plena fidelidade aos seus princípios e à sua história.
Mas, na festa do PMDB, o presidente não é um convidado, mas a principal figura e com um desempenho que fez justiça à sua badalada esperteza.

Leia a Matéria de Villas-Bôas Corrêa no Jornal do Brasil online

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