O documento baseou-se em dados coletados de janeiro a setembro de 2007 em 15 países, onze latino-americanos e três caribenhos. Verificou-se uma queda generalizada do desemprego.
Só no México houve leve crescimento do índice. Tomando-se o naco da América Latina onde houve decréscimo do desemprego, a queda foi maior no Panamá, Argentina, Uruguai, Venezuela, Chile, Colômbia e Costa Rica. E mais modestas no Brasil, Equador e Peru. Eis o ranking apresentado no documento da OIT:
1- Panamá - redução de 10.4% para 7.7%
2- Argentina - caiu de 10.7% para 8.8%
3 - Uruguai - foi de 11.9% para 10.0%
4 - Venezuela – de 10.5% para 9.0%
5 - Chile - 8.4% para 7.1%
6 - Colômbia - 13.2% para a 12.0%
7- Costa Rica - 6.0% para 4.8%
8- Brasil - 10.2% para 9.7%
9- Equador - 10.3% para 9.8%
10 - Peru - 8.8% para 8.7%
11- México – a taxa subiu de 3.6% para 3.8%.
Na semana passada, o IBGE informara que o desemprego fora de 9,3%, em 2007, nas seis maiores regiões metropolitanas do Brasil. Um índice ligeiramente inferior aos 9,7% anotados no texto da OIT, que manuseou informações relativas aos nove primeiros meses do ano passado.
Entre os países do Caribe mencionados no estudo da OIT, dois registraram quedas na taxa de desemprego superiores às do Brasil –Jamaica (de 11,4% para 10,2%) e Honduras (de 5,2% para 4,1%). Outros dois anotaram índices de redução menores que o brasileiro –Barbados (de 8,7% para 8,9%) e Trinidad Tobago (de 7.0% para 6.3%).
Com a redução para 8,5%, a taxa média de desemprego no continente recuou a níveis semelhantes aos registrados na metade dos anos 90. A OIT estima em 17,6 milhões o número de desempregados na América Latina e no Caribe. A melhoria do quadro vem sendo contínua desde 2002, quando o índice de desemprego na região era 11,4%. Em cinco anos, o desemprego recuou 2,9%.
O relatório da OIT anota que, mantendo-se a perspectiva de um crescimento econômico médio de 4,7% ao longo de 2008, o desemprego na América Latina e no Caribe pode cair ainda mais: iria de 8,5% para 7,9%. Jean Maninat, diretor da OIT, lembra, porém, que o mundo vive dias nebulosos: “Haverá uma alta dose de incerteza, gerada pela volatilidade da situação econômica internacional e pelos prognósticos de uma desaceleração e, inclusive, de uma recessão”, puxada pela economia dos EUA.
A despeito da melhoria do cenário em 2007, acompanhada de leve melhoria no valor dos salários reais, a OIT anota em seu relatório que há um “déficit de salário decente” na região. Na definição da entidade, é “decente” a ocupação que oferece ao trabalhador: rendimentos dignos, segurança no local de trabalho, proteção social para as famílias, liberdade para expressar opiniões e igualdade de oportunidades para mulheres e homens.
Segundo a OIT, persiste no continente a alta incidência de emprego informal. Em alguns países, a informalidade chega a 61,5%. Cerca de 39,2% dos trabalhadores da região ainda não dispõem de proteção de saúde e previdenciária.
O relatório ressalta que na região mantém-se um “déficit de trabalho decente”, das quais uma das principais manifestações é a persistência do emprego informal, que, segundo os dados disponíveis, em um grupo de países, afeta cerca de 61,5% dos trabalhadores ocupados urbanos, uma redução de 0,8 pontos percentuais em relação a 2005.
Por outro lado, cerca de 39,2% dos trabalhadores ocupados urbanos não tinham proteção em saúde ou pensões em 2006, uma proporção que aumenta de forma importante para o caso do emprego não assalariado, serviço doméstico e trabalhadores independentes. De resto, a taxa de desocupação é 1,6 vezes maior entre as mulheres. Pressionando aqui, você vai à íntegra do relatório da OIT. São 105 páginas. Infelizmente, só está disponível em espanhol.
Por Josias de Souza
Um comentário:
Fazem 5 anos que esperamos pelo milagre dos 10 milhões de empregos prometidos pelo "lider e guru espiritual".
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