25 de jan. de 2008

Não há o que decidir

Das três reuniões ministeriais do segundo mandato do presidente Lula, a última é, sem sombra de dúvida, a mais extravagante. Para começo de conversa, o exuberante improvisador ou não estava nos seus melhores dias ou realmente não tinha nada de importante a dizer.
Ora, ocupar o imponente Salão Oval do Palácio do Planalto, que é o equivalente do Maracanã no painel dos estádios, reclama a justificativa de temas e decisões de transcendente importância. Pois desde as primeiras palavras foi ficando evidente que não havia o que comemorar nem o que decidir.
No tom ameno de bate-papo, com conversa fiada em almoço de família, Lula puxou a cantilena do óbvio na cobrança de melhor entrosamento entre os ministros (sobre os secretários, nem pio), caprichando na ênfase na fina advertência de que "a política é o centro da atividade do governo". E sacudiu as orelhas dos 19 ministros - devidamente apartados dos 18 secretários - do total de 37 do maior ministério de todos os tempos - reclamando que eles "passam meses e meses sem conversar entre si".
Como se descarrilasse de ladeira abaixo, disparou nos atalhos do óbvio: "Muitas vezes nós ficamos cinco anos juntos, sentamos a esta mesa aqui, parece a Santa Ceia, todo mundo amigo, mas depois passamos um ano sem conversar entre nós". A locomotiva freia na conclusão de instigante sagacidade: "Mas a política é o centro da atividade de um governo, tudo que nós fazemos começa pela política e termina tendo um resultado político".

Leia a matéria de Villas-Bôas Corrêa no Jornal do Brasil online

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo: Não há nada a decidir.
Lula é um extravagante e os ministros extravagam por ai com nosso dinheiro.
Bons tempos quando se elogiava as pernas da ministra.Bons também os do Fiat Elba, mas do Land Rover, não gostei!