23 de jan. de 2008

Quem fala muito dá bom dia a cachorro

O presidente Lula anda falando muito do que entende pouco. Abusa da soberba e exerce nada da humildade. Sem compreender o grau e a extensão da crise americana, desdenhou do tamanho do rombo registrado pelo Citigroup no ano passado e, depois, do pacote de medidas anunciado pelo presidente George W. Bush, no esforço para acalmar os mercados nos Estados Unidos e no mundo.
Com o terremoto financeiro desencadeado pelo rombo do mercado de crédito imobiliário americano e o maremoto da recessão à porta, os grandes conglomerados financeiros anunciam os números que espalham o abalo sísmico pelas bolsas de valores do planeta. Citigroup e Merryl Linch somaram perdas em torno de US$ 9 bilhões cada um. JP Morgan e Bank of America não chegaram a tanto, mas lucraram muito pouco. Agora espera-se a bomba dos resultados das seguradoras, sobrecarregadas por ativos podres.
Por isso, o presidente Lula precisaria conter a presunção. Não deve, por exemplo, duvidar da competência do Citibank que anunciou prejuízo recorde. "Eles (dirigentes do Citibank), que davam tanto palpite sobre como administrar os países e as coisas, quando chegou a hora de provarem, demonstraram que não têm tanta competência quanto falavam", afirmou durante visita a Cuba para escapar de uma pergunta sobre a perseguição política aos opositores de Fidel Castro. Da mesma forma, se não entendeu direito, melhor seria não tecer comentários sobre o sismo financeiro americano. Ou se arvorar em conselheiro do presidente Bush. "Talvez a crise seja alguma frustração com o pacote do Bush, que não contentou nem os americanos. Eu tenho dito que os Estados Unidos precisam assumir a responsabilidade para evitar que a crise se alastre".
Melhor ficaria o Brasil com o presidente calado, para não atrapalhar a pretensão de atingir o investment grade, a cotação de país com baixo risco de crédito, nota que para as agências de avaliação pode significar muito, como a ampliação do mercado, do volume de vendas e, o principal, da credibilidade do país e seus empresários. Tudo o que o Brasil precisa.

Nenhum comentário: