Daniel Ortega

Por Ralph J. Hofmann

Daniel Ortega saiu do mato para ser o primeiro presidente pós-revolução da Nicarágua. Diga-se de passagem, que assim como na Cuba de 1959 havia muitos não-comunistas na Sierra Maestra, no Equador havia os seguidores de Violeta Chamorro que o sucedeu, e que representava uma posição legitimamente democrática, ou seja, o pessoal de Ortega não era “proprietário” da revolução.
Empossado prontamente mostrou o que deveria ser seu real desejo.
Como todo presidente cucaracha que se preze arrumou alguma coisa para fazer em Noviorque. Nada se sabe do que conversou, mas a imprensa o seguiu a uma ótica e depois constatou que comprara três mil dólares em óculos escuros. Supõe-se que na falta de cartões corporativos passou no tesouro e pegou uma grana para estas “comprinhas”.

Como sabemos, na época, óculos escuros eram o uniforme absolutamente necessário para ditadores. Hoje caiu de moda, mas na época Ortega se deitou e rolou.
Derrotado nas seguintes eleições deixou de lado os óculos. Hoje é fotografado sem óculos escuros.
Mas suas ações hoje em relação ao confronto entre a Colômbia e o Equador naturalmente são as de um aliado muito bem comprado por Chávez.
Contudo podem custar lhe o governo dentro de alguns anos. Sua popularidade está nos 26% a favor com 36% contra e o restante da população indecisa. Mais condenatório, porém é a opinião generalizada de que “o país não está no rumo certo”.
Coincidência não é? Eu conheço um país que está no rumo certo. Mas seu governo não. É muitas vezes o tamanho da Nicarágua. Talvez por isto as despesas de viagem do presidente deixem os três mil dólares gastos na ótica por Ortega por conta de mera gorjeta.