31 de mar. de 2008

O Estado sou eu

A democracia de um país se reconhece pelo respeito que existe entre os poderes. Exemplos não faltam para nos deixar com um pé atrás, e dos mais recentes, ocorreu outro dia quando Lula desafiou o presidente do TSE, Marco Aurélio Mello. Agora vemos o desprezo da Ministra Dilma pelo poder Legislativo quando foi questionada se iria depor na CPI dos cartões do governo federal. Disse ela: ”O Palácio do Planalto e eu, em particular, temos mais coisas a fazer. “

Quer dizer, funcionários públicos – pagos pelo contribuinte – lotados no seu gabinete, são flagrados montando dossiês e ela não deve explicações sobre isso? Nem digo que deve explicações aos senhores parlamentares que ali exercem o poder, que quando fazem parte da base subalterna (pra mim um termo mais apropriado que aliada) são muito bem tratado$. O problema é que aquela instituição lá é um dos poderes da nação, e não pode ser desdenhada da forma como fez a "madrastra" da Casa Civil.
Luis, o XIV, xará do nosso da Silva, enquanto a França atingia um processo de centralização do poder nas mãos do monarca, disse a célebre frase: “Etat c’est moi”, ou “o estado sou eu”. Lula, e seu governo, talvez imagine ser a própria reencarnação do tempo do monarca francês.

Dora Kramer mostra outra demonstração de desprezo do governo pela legislativo. Além de legislar com as MP, ainda tem o disparate de plagiar projetos de Lei. Os senadores Álvaro e Osmar Dias já tinham denunciado o mesmo com seus PL.

Por Dora Kramer - Estadão
Deixa-disso

Depois de ter chamado de “arrogante” o gesto do governo de enviar ao Congresso uma medida provisória copiada de projeto de lei de um deputado do PMDB, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, recebeu dois telefonemas.
Um, do presidente Lula, dizendo que havia sido um “descuido” e não uma afronta ao Legislativo.
No outro, autoridade credenciada confirmou que o plágio foi de caso pensado. Mas pôs a culpa no “jurídico”.

Nenhum comentário: