30 de mar. de 2008

Desocupação da Amazônia

Publico abaixo (na íntegra em leia mais) um artigo de Onofre Ribeiro, um dos mais conceituados articulistas de MT, além de ser um grande amigo. Onofre mostra a realidade sobre os conflitos pelas terras da Amazônia e as questões indígenas. É uma boa amostra principalmente para quem não conhece o estado.

Ah, antes que o Sr. Banana entre e diga algo, eu já vou me antecipar. O Rômulo Vandoni citado por Onofre é meu irmão, superintendente de política indígena do governo estadual. (rsssss.....isso deixa o banana mordido de reiva!!! rsssss ... Onofre conhece bem quem é a pessoa.) Pra dar mais raiva no Banana, a foto ao lado é do meu irmão, não o de beiço grande, viu gente?, esse é Raoni, o índio fashion, meu irmão é o do lado de camisa azul, que também não assim bonitinho, mas não tem beiço grande rsssssss.)

Desocupação da Amazônia
Por Onofre Ribeiro - articulista do Diário de Cuiabá e das revistas RDM e Centro-Oeste

“Mato Grosso é um barril de pólvora, com a pressão do MST, dos quilombolas e dos índios”, disse-me na sexta-feira o coordenador indígena do governo estadual, Rômulo Vandoni. O estado tem 23 etnias indígenas, todas com as suas reservas indígenas demarcadas, etc. Mas existem 21 projetos de ampliação, propostos pela Funai, anos e anos depois da demarcação original das anteriores, agora com algumas aberrações muito estranhas e sob pretextos inexplicáveis. Na prática, se essas reservas forem ampliadas, alguns municípios no Vale do Araguaia desaparecerão, e outros em todas as regiões serão profundamente mutilados. Grande número de propriedades legalizadas e tituladas pelo governo, com certidões de liberação da Funai, serão expropriadas e os donos não receberão indenizações, porque é tradição da Funai não pagar o que a lei determina.
Mas a questão indígena, só uma vertente do problema. A operação Curupira, em 2005, deu início a uma seqüência de operações policiais com um fim claro: desocupar a Amazônia de presenças humanas que não sejam os sem-terra e os chamados povos da floresta, garimpeiros, seringueiros e índios. A operação Curupira atingiu os madeireiros e feriu a economia do norte e do noroeste de Mato Grosso. Depois as operações seguintes desmontaram a fé dos habitantes. A Operação Arco de Fogo não é nada. O que conta são os dados do Inpe, divulgados premeditadamente pelo Ministério da Meio Ambiente e deram origem à operação. Os dados foram orquestrados de caso pensado.
Na seqüencia, o governo federal enviou uma força-tarefa de procuradores federais para cobrar as dívidas de multas nos setores de base florestal. “Um bate com urtiga e o outro passa sal grosso de baixo pra cima”, disse-me nesta semana o amigo escritor Luis Gonçalves.
Depois da Operação Arco de Fogo e dos procuradores federais, seguramente virão outras operações para forçar a desmotivação dos habitantes da Amazônia até o seu completo esvaziamento. O ex-deputado José Lacerda, possui um estudo que mostra todas as propostas de criação de parques naturais, reservas e ampliação de áreas indígenas em estudos ou em andamento, que cercam e isolam completamente a Amazônia. Não entrará nada e nem sairá nada. Esse movimento, comandando pela Funai e pelo Ministério do Meio Ambiente, em conjunto com organizações não-governamentais nacionais e estrangeiras, deixa bem claro que toda a Amazônia será cercada ao sul, ao norte, ao leste e ao oeste. Na prática, isso fará com que os habitantes, para saírem do isolamento vão embora da região.
Uma vez desabitada, não se sabe quais são os planos do governo ou do Ministério do Meio Ambiente, que tem vida própria dentro da administração Lula. Por que isso está acontecendo em Mato Grosso? Simples. Porque Mato Grosso é grande produtor, e porque o silêncio na operação Curupira e nas operações posteriores mostrou que o estado é vulnerável de lideranças políticas e empresariais capazes de articularem uma reação. Já que não Mato Grosso não reage, o Ministério do Meio Ambiente está completando a estratégia de desocupar a Amazônia. Sob o mais rigoroso silêncio dos mato-grossenses. Aquela divisão sonhada pelos habitantes do nortão, será feita por outro caminho: o da desocupação pura e simples!

7 comentários:

ma gu disse...

Alô, Adriana.

É provável que você saiba muito mais do que eu, mas esses enfoques na Amazônia tem tudo a ver com poderosos interesses externos. Pelo tipo de governo que temos, não é estranhar que a maioria deles sejam escusos.

Valha-nos a padroeira do Brasil...

Anônimo disse...

Adriana, aliás Rômulo tambem é o nome de seu pai, secretário da Agricultura do Governo Frederico Campos, né?

Anônimo disse...

Segundo a bíblia, nós todos somos parentes.
E isso me lembra o caso do sujeito (político) que chamava Jesus Cristo de "Cunhado".
É que a irmã dele era freira e casada com com JC.Toda vez que encontrava a irmã pedia: "fala lá com o cunhado para me dar uma ajuda aqui no partido".
Voltaire não se cansava de sacanear quem vivia pedindo os favores do céu,dos reis e do clero.

Abreu disse...

.
O Rômulo foi cavalheiro e deixou a beleza totalmente a cargo da ala feminina da família (seo Cássio que nem tente desmentir- hehe!).

Cassio disse...

Abreu, só posso dizer que tenho bom gosto. Se falasse o contrário apanharia, hehehe.

Anônimo disse...

Será que toda a terra vai ser de plantações de bananeiras?

Anônimo disse...

Familinha que gosta de um cargo público heim sra. blogueira, acho que devia escrever uma matéria sobre a sua irmã Marcia da Ager ou tá brigadinha com ela?
Ass. Sr. Banana.