8 de mar. de 2008

Xenofobia espanhola

Por Ralph J. Hofmann

O codinome Marreta um dos meus interlocutores favoritos no blog p&p me perguntou hoje como eu explicava a xenofobia espanhola em relação aos brasileiros.
Bem, em primeiro lugar, não é só na Espanha. Meu filho, ao procurar vaga em repúblicas de estudantes em Ancona na Itália, não conseguia passar de “sou um estudante brasileiro fazendo pesquisa na Universidade de Le Marche”, para ser interrompido e ouvir que não aceitavam brasileiros.
Finalmente sugeri que fizesse a secretária do departamento dele ligar para a próxima vaga marcando uma entrevista para a vaga para o Sr. Daniel Henri Hofmann. O nome/sobrenome abarca inglês, francês e alemão. Ao se identificar como brasileiro o gelo estava quebrado, ele explicara o seu trabalho na universidade e fora aceito.
Pois é, mas mesmo assim na república não o apelidaram de Brasiliano. Chamaram de Irlandese, pelo cabelo arruivado, tez claríssima e sardas.
Mas há dois anos o tipo de desrespeito a vistos de trânsito e vistos de turista, etc. têm acontecido também na Inglaterra e na França. E isto com pessoas que tem matrículas em universidades, convites a eventos, etc. Uma barbaridade.
Mas na Espanha a coisa parece ser algo pior. Talvez porque após centenas de anos o país galgou grandeza especialmente como economia. Acho que é a primeira vez desde as guerras napoleônicas. A sensação de superioridade é perigosa, ainda mais no país em que o sangue sempre correu fácil e copiosamente. E inclusive num país em que bolha de riqueza fácil parece ter estourado, havendo uma previsão de queda de mais de 2% no crescimento do PIB.
E a passividade, a sensação transmitida pelo consulado brasileiro de que não tem nada com isto, que os rejeitados devem ser bichas e putas mesmo não ajuda em nada.
Roberto Campos dizia, não necessariamente nessas palavras, que um bom burocrata substitui um decreto. Age burocraticamente sobre ordens genéricas e acaba criando um caos setorial atingindo um resultado que o estado não quer oficializar. Quem sabe a polícia espanhola não recebeu ordens especialmente genéricas e reagiu de acordo.
Não creio que as represálias adotadas agora, turistas sendo mandados de volta seja a melhor opção. Afinal, nós queremos os turistas espanhóis, e além disto estragar as férias dos coitados não é justo. Não são responsáveis pelos desmandos de seu governo e polícia.
Melhor seria nosso governo registrar todas as perdas sofridas por brasileiros barrados e depois anunciar que este valor, mais multas punitivas será congelado dos bens de firmas espanholas no Brasil. Tenho certeza que em dois dias poderemos contar com o lobby da Telefônica e do Santander.
Isto não está coberto por lei? Ora, por uma vez usemos as Medidas Provisórias para ajudar brasileiros em lugar de blindar políticos.

14 comentários:

Abreu disse...


"...Não creio que as represálias adotadas agora, turistas sendo mandados de volta seja a melhor opção. Afinal, nós queremos os turistas espanhóis, e além disto estragar as férias dos coitados não é justo. Não são responsáveis pelos desmandos de seu governo e polícia.
Melhor seria nosso governo registrar todas as perdas sofridas por brasileiros barrados e depois anunciar que este valor, mais multas punitivas será congelado dos bens de firmas espanholas no Brasil. Tenho certeza que em dois dias poderemos contar com o lobby da Telefônica e do Santander.
Isto não está coberto por lei? Ora, por uma vez usemos as Medidas Provisórias para ajudar brasileiros em lugar de blindar políticos
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Ralph,

Bom senso e emoção estão juntos neste seu post. Sua 'porção' européia deu uma ligeira e episódica viajada até Caracas-Venezuela ou Havana, em Cuba. Veja:

Concordo com Você que até que se prove o contrário!, os cidadãos europeus são pessoas dignas, honestas, honradas e descentes, que buscam lazer e descanso em nosso País — isso, quando não vêm a negócios.

Digo europeus porque estamos falando deles, mas não faço restrição nem mesmo aos nigerianos, por exemplo, conhecidos e reconhecidos como verdadeiras mulas do tráfico internacional.

Também concordo que não precisamos agir com xenofobia, pois isto não nos leva a nada, além de nos impedir de arrecadar importantes divisas. É inegável que a polícia alfandegária e as autoridades de imigração podem ter diversas regras e restrições específicas, mas não parece correto que haja restrições originadas precipuamente pela etnia, pela nacionalidade ou qualquer parâmetro de ordem meramente subjetiva.

No entanto, quando Você fala sobre restrições (de qualquer ordem ou natureza) às empresas cujas sedes estejam nos países que restringem nossos nacionais, tenho certeza de que Você apenas desejou realçar sua indignação (quase que retoricamente), porque tanto quanto os cidadãos estrangeiros, as empresas estrangeira (até que se prove o contrário) nada têm a ver com as hostilidades dos seus governantes políticos aos nossos compatriotas viajantes.

Aquilo que Você sugere pode equivaler (mal comparando), por exemplo, a governantes estrangeiros seqüestrarem ativos de empresas brasileiras em seus respectivos países para indenizarem as famílias cujos membros tenham sido alvo de violência no Brasil.

Por outro lado, até por não ser da competência do "nosso governo" demandar pelos prejuízos e interesses dos nossos nacionais, concordo que ele devesse sim, apoiar e até mesmo estimular os pedidos de reparação nas cortes competentes, já que os prejuízos (que muito mais do que apenas financeiros são sobretudo morais e psicológicos) dos brasileiros não decorreram de meros acidentes ou de crimes comuns, mas de atitudes recorrentes de autoridades estatais. Ai sim, a coisa prospera.

Só que todos nós que já tenhamos precisado (ou sabido de brasileiros que o tenham) dos serviços das 'nossas' autoridades diplomáticas (consulados e embaixadas) pelo mundo afora, sabemos bem que essas representações correspondem em eficiência a exatamente o mesmo que o atual "governo" nos oferece de descência, dignidade, honestidade e honra!

Seja como for, precisamos gritar sempre — e bem alto — porque se não, morreremos todos como ovelhas (o cães, no caso dos injustamente deportados)!

Sds.,

Ralph J. Hofmann disse...

Na verdade eu acho que como dois enormes conglomerados espanhóis, as duas firmas que citei, estão aqui, poderiam ser instadas para fazer o lobby brasileiro.
Na época que havia a grita contra as barreiras à exportação (dumping, countervailing, etc) fora de proporção com o volume exportado pelo Brasil aos EEUU, sempre defendi que devíamos importar mais dos EEUU para que lá houvesse bons motivos entre algumas indústrias privadas, para defender-nos com seus lobbires.

Anônimo disse...

Ralph,agradeço a resposta e os demais comentários.
Entretanto devo salientar que , eu pensava na restrição que parece ser imposta a brasileiros em países de primeiro mundo.
Eu nunca fui ao exterior, e possivelmente não vá por vontade própria.Destes países eu prefiro ficar com os intelectuais, filósofos, pintores, músicos etc.
Não se trata de orgulho, mas uma questão de foro íntimo,as informações que tenho sobre o tema, me levaram a essa conclusão.
Para ilustrar vou citar um comentário de Pearl Buck " Não entendo meu país que manda tantos missionário na China para convertê-los à nossa crença quando não permitimos a entrada deles aqui".
Ontem,conversando com um amigo que é jurista aposentado, muito culto, e se dedica agora à criação de gado, foi a mesma pergunta que lhe fiz; fique pasmo com a resposta dele quando me falou que jamais iria ao exterior principalmente aos Estados Unidos,"Passei da idade de baixar o cangote para homens de merda, pois boi no curral dos outros vira vaca".
Não vou me estender mais nas citações alheias,mas o que a Espanha esta fazendo eu não acho correto, o mundo não funciona somente na questão econômico financeira.Sendo assim, os espanhóis devem ser tratados da mesma maneira pela nossa imigração, como determina a reciprocidade de tratamento entres as nações signatárias dessa norma.
Se interesses milionários de empresas espanholas ou brasileiras lá ou cá não devem ser prejudicados, é outra história que deixo para os economistas dos dois governos resolverem.
Eu brigar na justiça por prejuízo causado pela deportação, num vôo de conecção na Espanha, é no mínimo um sonho de um indivíduo que quer forçar uma nação a respeitar o direito de um cidadão do terceiro mundo.
Nas relações entre países o que prevalece é o poder de pressão, e retaliação, o resto é subserviência.

Ralph J. Hofmann disse...

Na verdade ir ou não ir ao exterior é uma questão de foro pessoal, porém xenofóbica à sua maneira.
Posso te assegurar também que ir aos EEUU só beneficiaria teu amigo. Ir à Europa te beneficiaria.
As visões, pontos de vista, no Brasil são tão estreitas quanto no exterior.
Não somos (teóricamente) xenófobos no Brasil, mas para um eterno apátrida, (pais europeus, nascimento e primeiras experiêncoias na África, e do primário em diante no Brasil,o Brasil contém um alto grau de rejeição aos estrangeiros.
Poderia escrever casos de brasileiros de segunda geração de origem italiana, alemã e japonesa, qualquer um com sotaque, e o tratamento de desprezo que receberam.
Uma maigo meu Chief de uma tribo em Biafra, oriundo de Cambridge, que fazia mestrado em Engenharia Química em 1966-7 se transferiu da Universidade da Bahia pafra a UFRGS. Dizia que a xenofobia na Bahia era terrível. NO RS havia algum racismo mas as pessoas tendiam a ser mais bem educadas e a avaliar o que tinha a dizer. Era mais fácil conviver com um ocasional racista honesto do que com o pessoal que o paparicava mas não enxergava seu lado intelectual.

ma gu disse...

Alô, Ralph.

Eu, brasileiro filho direto de italiano que não se naturalizou, que não identificou, durante a vida, episódios de xenofobia, talvez por sorte, estava aguardando seu post anunciado. Mas a minha 'putice véia' identificou alguns aspectos que, ao ver este angú meio que encaroçando, resolvi por não meter minha colher. Adiós, nonino....

Ralph J. Hofmann disse...

Magu

Me criei em Caxias do Sul, território Vêneto. Tenho uma queda toda especial pelos vênetos.
O Vale do Rio Caí, logo abaixo de Caxias é território Hunsrueck, da Alemanha.
Um amigo meu, Silva (filho de Ruffatto) me dizia ainda a semana que passou quando fui a Festa da Uva que de todos da nossa turma da escola eu era o único que sempre teve um sotaque gaúcho. Todos os outros falavam com sotaque alemão ou Italiano.Muito leve, quase imperceptível. Mas sotaque.
O governo Federal sempre deslocava para Caxias altos funcionários de nome português.
Havia nos anos 50, 60 e início dos 70 um claro desprezo, não com os grandes empresários que surgiram, mas com a ignara plebe.
Ao longo dos anos, em Santa Catarina detectei o mesmo fenômeno.
É claro que nas últimas décadas muito mjudou.
Mas sou um sujeito que já levou uma paulada na cabeça de um nordestino irritado por pensar que meu gauchês era espanhol.
Outra vez estava falando num telefone com um parente em inglês. Uma telefonista entrou na conversa e disse: "Parem de falar inglês seus merdas de gringos. Isto é o Brasil.

Tenho muito mais incidentes. Aliás uma namorada era mista de japonês com gringa de Caxias. As vezes, do nada aparecia um incidente.
É muigto complicado.

Abreu disse...

Olá Ralph,

Só agora vi sua intervenção.

Antes de mais nada, preciso me desculpar pela violência que cometi contra o vernáculo quando grafei "descente" (aquele que desce ou "vai para baixo") em lugar de decente (aquele que é correto, decoroso, etc.) — além de outros 'pobrema cos dedo', ao digitar.
Como diz a molecada, "foi maus"!

Reconheço que o Blog não é um chat e depois de comentar, não tenho o direito de prolongar as discussões, mas mesmo assim, respeitando sua opinião, devo insistir naquilo que afirmei.

Acontece que — só para argumentar — se o atual "guvêrrrno du Brasí" aceitasse sua sugestçao de seqüestrar ativos de empresas espanholas (privadas ou estatais — pouco importa) para garantir a reparação de danos antes de apreciação pelas Cortes Judiciais competentes para (ao seu dizer) "incentivá-las" a intervir em "nosso" favor (ou o equivalente a uma chantagem), estaria produzindo um ato de indevida autoridade, que poderia gerar outros tipos de indesejáveis conseqüências no plano do Direito Internacional.
A rigor, se isso fosse feito, tal conduta não passaria de abominável chantagem. Não tem outro nome!

Portanto, mesmo que a primeira parte do seu texto tenha trazido seu habitual equilíbrio ("europeu"), a parte final transbordou com a proverbial emotividade latina (ainda que espanhola!) — cujo fato creditei a mero realce retórico.

Todavia, se Você reafirma que interpretei errado, recordo de lições antidas de que dois errados jamais farão um certo e assim, nossas autoridades só poderiam ir além e do estímulo do apoio aos brasileiros humilhados, se por exemplo, prestassem auxílio financeiro para que nossos patrícios tivessem facilidade de acesso às cortes competentes, por meio de bons advogados especializados.

No mais, lendo sua resposta ao Magu, percebo que eu não sou um "puro sangue".
Tenho ascendência européia (portugueses, espanhóis e ingleses, estes 'diluídos'), e me considero um "vira-latas" da espéscie denre os çerezumanu.
Não consigo generalizar preconceitos.
Sei que há determinadas culturas (ou agrupamentos) que têm pretensão de superioridade sobre outras e outras que têm uma tremenda carência de auto estima —, razões pelas quais se agridem mútua e inutilmente.
No entanto, mesmo dentro desses meios, há muito mais gente equilibrada que sabe que só deve entrar na "briga alheia" se for necessário, pois enquanto só houver narizes quebrados e olhos roxos, "os brancos que se entendam".

Desculpe-me mais uma vez, mas mesmo encontrando muitos pontos comuns em seus diversos posts, não posso concordar com seu ponto de vista agora expresso.

ma gu disse...

Alô, amigos.

(Se fizerem qualquer ilação me comparando com o global sempre me resta o famoso PQP).

Tive de voltar aqui para um reparo. Caro Abreu: Reconheço que o Blog não é um chat, mas sua 'propriotária' sempre permitiu a discussão saudável e respeitosa, aqui nos comentários, como vem ocorrendo entre os '26'.
Daí, você tem, sim, o direito de prolongar a discussão, porque dela sempre nasce a luz, desde que o outro lado queira continuar, enquanto o post fica aberto.

Anônimo disse...

A xenofobia está intimamente ligada ao racismo, pois são duas praticas onde as pessoas se julgam de certo modo melhores que as outras, e que essas outras contaminam o ambiente em que vivem.
Dai eu não envolver genealogia na pergunta que fiz,e me desculpem se não me fiz entender,minha questão era tão somente quanto ao incidente dos brasileiros nos aeroportos espanhóis.
E nesse quesito como todos já devem ter percebido que minha posição é muito simples, ou seja "olho por olho, dente por dente". Não me importando que seja croata,visigodo,montenegrino gringo,saxão,normando ou ibérico.Bateu, levou.

Ralph J. Hofmann disse...

Esta última do marreta valeu todas.
MAS LEMBREM-S, O RECAMBIAR pessoas em trânsito também tem cheiro podre. E ilegal.
E como vale. Para que existem medidas provisórias.
Após 1959 um americano com dinheiro a receber do governo de cuba recebeu no tribunal internacional de Haia o direito de sequestrar quaisquer ativos cubanos, de qualquer empresa até atingir o valor devido a ele.

O precedente é que dizer "please"não tem funconado com os Eurocratas. Estão ébrios de poder.

Abreu disse...

Ralph,

Agora, quando Você diz que «...após 1959, um americano com dinheiro a receber do governo de Cuba recebeu no Tribunal Internacional de Haia o direito de seqüestrar quaisquer ativos cubanos, de qualquer empresa até atingir o valor devido a ele», Você "chegou ao ponto" — que desde o início indiquei. Esta situação do americano não foi inédita, havendo precedentes e "sucedentes".

O 'seqüestro', como sabemos, não é "aquele" (hehe!) mas uma circunstância jurídica, que indica a "apreensão e depósito" de coisas (no caso, dinheiro) enquanto se discute na Justiça o direito de quem as dispute.

Nessas condições eu concordo plenamente, pois estaremos respeitando o devido processo legal. Do contrário, não, pois, como eu disse, equivaleria a chantagear!

Às vezes não basta apenas dizer please, Você tem razão, mas há certas medidas que só se podem ser implementadas sob total observância do estrito processo legal, pois a reparação a uma agressão (nessas condições em que se exige a intervenção da diplomacia) não se faz com o revide, por outra — a não ser em caso de guerra declarada.

Ralph J. Hofmann disse...

Bom, houve congelamento de grana do Baby Doc, onde foi achado, Da D. Imelda também.
É que nem "Paraiso Fiscal" em português. Fica com cheirode coisa suja. Culpa do tradutor. "Porto seguro Fiscal" é a tradução correta do "Tax Harbor". Perfeitamente legaldesde que o dinheiro seja mandado de forma legal. No primeiro mundo a questão é a origem do dinheiro, não a de localizá-lo em uma firma ou conta no exteior.
Eu raciocino às vezes em formas inglezas. "Frozen assets" equivale a bens sequestrados.
Mais de uma vez empresas que trabalhei tiveram pagamentos sequestrados ou seja havia em andamento um processo, digamos que, por dissolução de vínculo com representante e o sujeito mandava congelar este valor de nossas contas em cobrança na UE.
Não significa que os valores serão transferidos ao reclamante. Significam que ficarão em custódia.
Já tive ocasião de responsabilizar um Banco Central por documentos ilegalmente entregues a um importador por um banco do país sem que a fiscalização bancaria tivesse punido o banco privado.
O valor era relativamente pequeno senão o próximo passo era responsibilizar o Banco Central, e procurar um tribunal internacional para bloquear bens daquela nação ou de empresas daquela nação. :odiam até ser embarcações ou máquinas destinadas a empresas do país em questão.
Só que o tipo de advogado para este tipo de processo custa US$ 350-500 por hora. Normalmente são mais advogados e muitas horas. Uma despesa que pode fácil chegar a US$ 100 mil fora despesas. Temm que valer a pena. Geralmente se come o prejuízo.
Ganhando há honorários de sucumbência.
Mas no caso de punir o caso dos vistos é uma questão punitiva.

Ralph J. Hofmann disse...

Mais um detalhe. Não havendo um contrato citando este ou aquele foro o reclamante pode entrar com o pedido de alienação fiduciária ou sequestro, ou o que seja num Foro Brasileiro.
O citado poderá solicitar transferência para um foro internacional, ou buscar uma arbitragem internacional.
Mas o foro brasileiro pode sequestrar os valores até que o processo seja transferido de foro, e o novo não necessáriamente levantará o sequestro.

Abreu disse...

Ralph,

...então, voltando ao tema da xenofobia e do 'congelamento' de bens e recursos financeiros das empresas espanholas, «mais aplicações de "multas punitivas"» tal como por Você propôs no início, temos que — juridicamente, aqui no Brasil — o instituto jurídico capaz de atingir tal finalidade denomina-se seqüestro (mesmo que raciocinemos em outro idioma).

Se Você está de acordo que se deva respeitar o devido processo legal, vou entender que compreendi errado quando Você disse, no texto de abertura que «...Melhor seria nosso governo registrar todas as perdas sofridas por brasileiros barrados e depois anunciar que este valor, mais multas punitivas será congelado dos bens de firmas espanholas no Brasil. Tenho certeza que em dois dias poderemos contar com o lobby da Telefônica e do Santander.
Isto não está coberto por lei? Ora, por uma vez usemos as Medidas Provisórias para ajudar brasileiros em lugar de blindar políticos.
»

Mais uma vez concordo quando Você diz que bons advogados custam caro.
Eu mesmo "tô fazênu um-uá pomossãum i merrmo cobrânu só €500 a hora ou +/- £380, num aparéssi ninguém pra mi contratá"!
Hehe!!!

Por isso foi que eu disse, desde o primeiro momento, que em vez de apoiar o seqüestro (ou congelamento, em seu dizer) meramente despótico, sem observância do devido processo legal — como forma de conquistar o apoio (em lobby daquelas empresas) — não seria correto nem apropriado, e que "nosso" governo, quando muito, poderia apoiar/orientar/financiar a contratação de bons advogados para a defesa dos interesses dos nossos conterrâneos...

Saudações,