26 de abr. de 2008

As características do narcisismo

"As características do narcisismo são arrogância, pretenciosidade, fantasias de onipotência, onisciência, voracidade e inveja intensas. Trata-se de uma psicopatologia que atinge grande parte dos políticos brasileiros a começar pelo de cima.
Discorre sobra o narcisismo o médico e psicanalista Carlos de Almeida Vieira." (G.S.)

Nunca se falou tanto de narcisismo como nos tempos atuais. Este termo vem de um mito que fala de uma pessoa diante da possibilidade de escolher alguém como sua parceria amorosa. De tanto olhar para as ninfas que desfilavam em sua frente, nunca escolheu alguma pois a referência de sua escolha recaía sobre si mesmo, na imagem especular, na projeção de seus ideais, na extensão do seu desejo, enfim, o objeto da minha escolha sou eu mesmo.Voltou-se para o rio e morreu se olhando, transformando-se depois numa bela flor chamada Narciso, de característica embriagadora, anestésica, sedutora e mortífera aos outros.
Narciso é a impossibilidade de amar a diferença, de amar o outro pelo que o outro é, de fazer renúncias , de abdicar dos seus desejos, fantasias e impulsos e incluir as qualidades da outra pessoa, a complementariedade, a parceria , passar do "narcisismo para o socialismo".
Sozinho, vazio de afetos, sem vínculos amorosos, a pessoa vai fazendo um quadro psicopatológico que se chama de patologia do Narcisismo. Suas características são arrogância, pretenciosidade, fantasias de onipotência, onisciência, voracidade e inveja intensas.
Atrás dessa muralha de grandiosidade, a pessoa com fortes traços narcísicos é uma pessoa carente, frágil, sem auto-estima, sem carregar dentro de si qualquer representação de afeto pelo outro, o que vai culminar numa vida depressiva, sem sentido, com sentimento de não realização e indiferença afetiva. Para Narciso tudo o que não é espelho é feio, já disse Caetano Veloso.
E o que tem este tema com a pós-modernidade? Hoje assistimos a uma cultura do narcisismo, o ter, o fascínio pelo poder, o triunfo sobre as outras pessoas no sentido de tirar proveito próprio e de não criar vínculos amorosos. O compromisso amoroso não é o objetivo, a outra pessoa é um objeto e não uma pessoa, sendo usada para fins de prazer pelo prazer.
O maior vício de hoje não são as drogas, mas a relação de vício-pelas-pessoas o que explica o sentimento de vazio, pois as drogas (pessoas), quando consumidas e trasnformadas em objeto de prazer, não preenchem necessidades afetivas, daí a continuidade do consumo e a instalação no "viciado" de um permanente estado de carência, de vácuo, de anorexia de amor e, finalmente, de um estado depressivo.

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