7 de abr. de 2008

Ditadura faz vida mole


Tinha 19 anos quando do 1° número do "pasca". Só parei de comprá-lo quando fechou as portas. Era a nossa voz contra a ditadura. Divertiam-se com os milicos, com a Leila Diniz, com o Ibrahim Sued...Foram presos (por pouco tempo). Trocaram figurinhas com os "agentes"; um "happening".
Hoje jogam o passado e o velho "pasca" no lixo. Não critico os artistas que foram e que são.
Critico a postura, a coerência.
The dream is over.........................R.Sponholz

8 comentários:

Anônimo disse...

É lamentável que as pessoas joguem a sua credibilidade e seu passado honrado passado no lixo. E ainda sem quaisquer arrependimentos e arrogantemente afirmem que o país lhes deve isso ou aquilo. O país somos nós e dentre todos os brasileiros, eu pelo menos, tenho a plena convicção que nada devo a esses senhores, em especial ao senhor Ziraldo. Eu era um menino na época em que os fatos se deram, mas não era um de seus maluquinhos.

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Sou obrigado a elogiar um anônimo. E isto em plena manhã de segunda. Arre, égua!

Vejam uma parte do texto de 1987, Garotos da Fuzarca, já profético, de Ivan Lessa, também fundador do pasca, que explica o sentimento do Roque.

"...Máscaras caem, outras se ajustam. Coletivos apinhados transportam vidas sem razão. Ergue-se a cortina revelando o cenário do drama cotidiano vivido à noite entre o néon; o álcool, o riso falso..."

Ivan Lessa está auto-exilado na Inglaterra porque, diz, desencantou-se com o Brasil.
Como li isso na época, senti que o RISO FALSO matou a pau. Não estou desencantado agora. Fico um pouco triste porque, olhando para traz, vejo que nada mais está de pé. Só ruínas se esvaindo na névoa...

Paulo Francis deve estar se rindo, lá no seu pedaço!

Anônimo disse...

E eu elogio o Magoo por elogiar um anônimo.
A mineirice transformada em carioquice pelo Ziraldo que esqueceu o que disse quando ainda era cheio de Caratinguice.
E na peraltice de minha meninice me sensibilizava com o pranto da Clarice.
E aos que não venderam a consciência,a exemplo de Thomas Morus que foi encerrado na Torre de Londres, ficou meu riso pela tirada do Lessa,"O náufrago extenuado conseguiu chegar numa ilha e ofegante perguntou,Hai gobierno, soy contra!".
Essas são outras estórias.

Abreu disse...

Não gosto dos posicionamentos de Helio Fernandes (dono de "A Tribuna da Imprensa") e tenho certas reservas a seu irmão, Millor Fernandes. No entanto, não há como discordar deles — ou de Millor, em específico — quando este afirma que o velhaco espertalhão (nada de menino maluquinho, hein!), que «dizia resistir à ditadura, estava mesmo era fazendo previdência privada — tão privada, que o dinheiro é nosso.»

«Oh tempos!, Oh costumes!...

Até quando, ó Catilina-PETRALHAS, abusarás da nossa paciência?

Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura?

A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio?

Nem a guarda do Palatino, nem a ronda nocturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te?

Não sentes que os teus planos estão à vista de todos?

Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?

Quem, de entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?

Oh tempos, oh costumes!(...)
»

Atual, não? No original era assim:

Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?
quam diu etiam furor iste tuus nos eludet?
quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?
Nihilne te nocturnum praesidium Palati, nihil urbis vigiliae, nihil timor populi, nihil concursus bonorum omnium, nihil hic munitissimus habendi senatus locus, nihil horum ora voltusque moverunt?
Patere tua consilia non sentis, constrictam iam horum omnium scientia teneri coniurationem tuam non vides?
Quid proxima, quid superiore nocte egeris, ubi fueris, quos convocaveris, quid consilii ceperis, quem nostrum ignorare arbitraris?
O tempora, o mores!
Senatus haec intellegit.
Consul videt; hic tamen vivit.
Vivit?
immo vero etiam in senatum venit, fit publici consilii particeps, notat et designat oculis ad caedem unum quemque nostrum.
Nos autem fortes viri satis facere rei publicae videmur, si istius furorem ac tela vitemus.
Ad mortem te, Catilina, duci iussu consulis iam pridem oportebat, in te conferri pestem, quam tu in nos [omnes iam diu] machinaris. (...)


E pensar que este discurso foi proferido por Cícero, no Ano de 63 A.C.!

...parece que neste mundão de D'us, nada muda mesmo!

Anônimo disse...

Nossa Senhora, Abreu. Eu estudei as catilinárias nos idos de 68. Tínhamos que traduzir. Você tem razão, o Magu fez bem em elogiar um anônimo, o Marreta fez bem em elogiar o Magu. Você fez bem em colocar as catilinárias, mas a Adriana está de férias. XÔ, passear! E quanto ao velho sem vergonha oportunista, foi uma pena. Não quero nem saber mais da professora maluquinha. Sou a professora certinha.

Anônimo disse...

Essas duas figuras representam muitíssimo bem o que é a filosofia petista e o governo lula-pt

"Socialismo"... é isso!

Anônimo disse...

Ziraldo foi um de meus heróis. Foi.
Hoje sou obrigado a repetir uma declaração anterior, sobre outro fato: quando sei que alguém foi flagrado pulando o muro da granja com um saco de galinhas, e se nem as galinhas nem a granja nem o muro são dele, concluo de que se trata de um LADRÃO DE GALINHAS. O cara pode ter sido honesto a vida inteira, nunca mais me convencerão de que ele encontrou as penosas tristes, desesperadas, e estava lhes ensinando o caminho de volta ao galinheiro.

Honestidade, gravidez e ética não se graduam. Ou se tem ou não se tem. GILALMEIDA

ma gu disse...

Alô, Gil.

Beleza assinar. Sua história me lembrou Zé Vasconcellos.
Um sujeito foi flagrado saindo da fazenda carregando um porquinho nos ombros. O vigia lhe perguntou que estava fazendo com o porco nos ombros. E o cara:
- Porco? Que porco? Tira, tira esse bicho daí!
É assim que os petralhas agem...