20 de mai. de 2008

O "contrappasso"

Por Giulio Sanmartini

No inferno da Comédia de Dante, existia o “contrappasso” (XXVIII, 142): pena que consistia em aplicar ao culpado, o mesmo tipo de ofensa que ele tenha feito aos outros.
"Numa tarde de calor infernal, o presidente Lula estava suado, abraçando e beijando admiradores numa cidadezinha da Bahia, e pediu uma toalha, com urgência. O ajudante de ordens ouviu e saiu meio desajeitado, lento, e Lula, irritado, comentou: "Olha o bundão, lá vai o bundão pegar a minha toalha". Ninguém estranhou. O governo mal começava, mas o descaso com as boas maneiras já era rotina no Planalto. (Trecho de: "Viagens com o presidente" de Eduardo Scolese e Leonencio Nossa)
O presidente da Bolívia, Evo Morales, advertiu ontem as empresas estrangeiras a realizarem os investimentos previstos na indústria do gás natural ou então se arriscarem a perder o acesso às suas jazidas. Morales disse que seu governo preparou um "ultimato" à brasileira Petrobras, à espanhola Repsol-YPF, à britânica BP e outras multinacionais que operam na Bolívia.
"Pedi aos meus ministros que preparem um decreto que dará às companhias um ultimato para que invistam. Se não investirem nas regiões onde a prospecção indicou existirem petróleo e gás... Em determinado período de tempo, tomaremos de volta essas jazidas”.
Seu objetivo precípuo é exatamente a Petrobras. ele já se valera das forças armadas para ocupação de refinarias da empresa brasileira.
Portanto seguindo “contrappasso”, está dando a Lula, sem usar de palavras chulas, o mesmo tratamento que este deu a seu ajudante de ordens.

Um comentário:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Se o duende de nariz vermelho tomasse essas traulitadas sozinho, seria ótimo. O problema é que o sapo representa um monte de analfabetos reais e outro monte de analfabetos funcionais. E as porradas atingem essa massa. E nós, por tabela...