17 de jun. de 2007

Párias Tupiniquins

Por Francisco Marcos, cientista político

Pária na Índia é o nome dado ao membro da casta dos intocáveis, privado de direito políticos e sociais por nascimento ou exclusão da sociedade bramânica. Bramanismo é a principal religião da Índia, caracteriza-se pelo reconhecimento da autoridade dos Vedas e pelo sistema de castas. Os Vedas são os textos hindus mais antigos e eles foram compostos e formatados oralmente por vários séculos (1500AC e 1200AC)
Casta é uma classe de cidadão que tende a permanecer separada das outras por seus privilégios, preconceitos e costumes. Brahma é composto da Cabeça (Brahmin) significando os religiosos. Os Braços (Veishya) representando os guerreiros e militares, Os Joelhos (Khatriya) englobando os nobres e os ricos; Os Pés (Shudra) compostos de fazendeiros e comerciantes. Os parias como definidos estão abaixo destas quatro castas.
Trazendo o descrito acima para o Brasil temos: Cabeça - representado pelo sistema financeiro, que há séculos tudo pode e tudo faz. Braços - continua representado por guerreiros e militares, hoje em dia muito em baixa. O poderio da bandidagem e os criminosos das mais variadas estirpes e modos de operação já se constituem em um enclave. Os Joelhos - formado de políticos, muito ricos, detentores de bois fantasmas e uma visão de negócios de dar inveja ao Midas. Os Pés - continua com os fazendeiros e comerciantes, que sofrem uma terrível competição dos grileiros, piratas do comércio e invasores de terra.
Os fazendeiros tornaram, para o bem ou para o mal, este país em um dos maiores produtores de grãos do mundo. Vivem bajulando os políticos para terem suas dívidas prorrogadas. Hoje são tidos como inimigos dos párias em virtude de terem evoluído para o agro negócio. O numero de parias tem aumentado muito, agora recebem umas migalhas do governo, são a reserva que decide o resultado eleitoral. Legalizamos o curral eleitoral, bem como induzimos os parias a se darem por felizes, não incomodam, são analfabetos e desconhecem todas as marotagens dos governantes e parlamentares que sangram este país.
O principal partido no poder não quer e nunca quis acabar com a pobreza, perderá a sua principal bandeira. São farsantes de carteirinha e só querem mamando na teta do úbere imenso que é o tesouro nacional. Os assalariados lutam para não se transformarem em parias, escorchados pelos governos, bancos e sindicatos, Terão em vida, conquistado a alforria necessária a sair desta para uma melhor. Ninguém voltou para dizer se o além é bom ou mal, mas qualquer fora desta imensa tragédia é lucro.
“Os golpes da adversidade são terrivelmente amargos, mas nunca estéreis.”

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