Por Giulio Sanmartini
Lembro uma vez que houve o desabamento com vítimas, de um edifício no Rio de Janeiro. Imediatamente partiu para o local uma unidade móvel de uma empresa televisa, afim de transmitir ao vivo o que acontecera e estava para acontecer. Era a única no local e o repórter estava desfrutando desse fato para espetacularizar as informações que lançava. Todavia essas era escassas e ninguém sabia nada para poder chegar qualquer conclusão que fosse.
Na beira da caçada vendo todo o movimento estava um senhor de meia idade com um aspecto bem humilde, o repórter em falta de algo melhor resolveu pedir sua opinião, dizia ter visto tudo desde o começo e so tinha conseguido se salvar pois estava no bar em frente tomado um cafezinho.
- O senhor mora aqui perto? – perguntou o repórter.
- Moro no prédio que caiu.
A resposta era meio descabida haja vista que o tal prédio era de classe média alta incompatível com o entrevistado, mas antes que o repórter falasse, ele explicou.
- Sou o porteiro desde que o prédio foi inaugurado, trabalhei na construção como ajudante de pedreiro.
- Então o senhor sabe tudo sobre esse prédio? – insistiu i repórter.
- Sei sim e sabia que um dia ia cair, eu até falei com o engenheiro que se fosse feito daquele jeito um dia o prédio ia cair, o engenheiro não quis me ouvir e olha aí no que deu.
Nesse ponto o repórter excitadíssimo, quase aos gritos anunciava aos ouvintes que esta era a opinião de quem sabia das coisas, o prédio tinha ruído porque fora mal construído, como acabara de informa seu José (esse era o nome do porteiro).
Com relação ao acidente com o Airbus da TAM, alguns repórteres estão usando as informações de muitos “Seus José”, para dar o rumo que mais lhes esteja interessando no momento, independente da validade. Decididamente isso não é jornalismo.
Existem até agora seis certezas sobre o fato (Veja n° 2018).
• O piloto do Airbus não cometeu imperícia, ao menos até o momento em que a aeronave tocou a pista do Aeroporto de Congonhas na tentativa de pousar. Tanto a velocidade de aproximação do solo quanto o ponto em que ele tocou a pista estavam corretos.
• É pouco provável que a velocidade anormal com que o Airbus seguiu depois de tocar o solo se deva a uma tentativa do piloto de arremeter (voltar a decolar). É mais provável que a alta velocidade fosse resultado de uma aquaplanagem ou de uma falha no sistema de freios.
• O desvio para a esquerda que o avião fez no fim da pista não foi uma tentativa de dar um cavalo-de-pau para frear a aeronave. A trajetória reconstituída pela reportagem permite concluir que não houve uma manobra brusca desse tipo, e sim um desvio gradual do eixo central da pista.
• Quaisquer que tenham sido as causas do acidente, é certo que o Airbus foi prejudicado pela ausência de uma área de escape na pista de Congonhas.
• O sistema de frenagem da aeronave não estava operando com 100% da sua capacidade, já que a companhia admite que o reverso da turbina direita estava desativado. Esse recurso, no entanto, não teria sido suficiente para parar o avião.
• O fato de a pista principal de Congonhas não ter grooving (sistema de ranhuras na pista que permite o escoamento da água em caso de chuva) pode ter influído de maneira decisiva no acidente.
Até que não cheguem as informações da caixa preta e as conclusões técnicas das perícias oficiais, tudo quer for afirmado é opinativo e deve ser avaliado com reservas. As informações novas devem ser vistas sobre esse ângulo, caso contrário corre-se o risco de dar notícias enganosas ou pior ainda, cometer injustiças.
Lembro uma vez que houve o desabamento com vítimas, de um edifício no Rio de Janeiro. Imediatamente partiu para o local uma unidade móvel de uma empresa televisa, afim de transmitir ao vivo o que acontecera e estava para acontecer. Era a única no local e o repórter estava desfrutando desse fato para espetacularizar as informações que lançava. Todavia essas era escassas e ninguém sabia nada para poder chegar qualquer conclusão que fosse.
Na beira da caçada vendo todo o movimento estava um senhor de meia idade com um aspecto bem humilde, o repórter em falta de algo melhor resolveu pedir sua opinião, dizia ter visto tudo desde o começo e so tinha conseguido se salvar pois estava no bar em frente tomado um cafezinho.
- O senhor mora aqui perto? – perguntou o repórter.
- Moro no prédio que caiu.
A resposta era meio descabida haja vista que o tal prédio era de classe média alta incompatível com o entrevistado, mas antes que o repórter falasse, ele explicou.
- Sou o porteiro desde que o prédio foi inaugurado, trabalhei na construção como ajudante de pedreiro.
- Então o senhor sabe tudo sobre esse prédio? – insistiu i repórter.
- Sei sim e sabia que um dia ia cair, eu até falei com o engenheiro que se fosse feito daquele jeito um dia o prédio ia cair, o engenheiro não quis me ouvir e olha aí no que deu.
Nesse ponto o repórter excitadíssimo, quase aos gritos anunciava aos ouvintes que esta era a opinião de quem sabia das coisas, o prédio tinha ruído porque fora mal construído, como acabara de informa seu José (esse era o nome do porteiro).
Com relação ao acidente com o Airbus da TAM, alguns repórteres estão usando as informações de muitos “Seus José”, para dar o rumo que mais lhes esteja interessando no momento, independente da validade. Decididamente isso não é jornalismo.
Existem até agora seis certezas sobre o fato (Veja n° 2018).
• O piloto do Airbus não cometeu imperícia, ao menos até o momento em que a aeronave tocou a pista do Aeroporto de Congonhas na tentativa de pousar. Tanto a velocidade de aproximação do solo quanto o ponto em que ele tocou a pista estavam corretos.
• É pouco provável que a velocidade anormal com que o Airbus seguiu depois de tocar o solo se deva a uma tentativa do piloto de arremeter (voltar a decolar). É mais provável que a alta velocidade fosse resultado de uma aquaplanagem ou de uma falha no sistema de freios.
• O desvio para a esquerda que o avião fez no fim da pista não foi uma tentativa de dar um cavalo-de-pau para frear a aeronave. A trajetória reconstituída pela reportagem permite concluir que não houve uma manobra brusca desse tipo, e sim um desvio gradual do eixo central da pista.
• Quaisquer que tenham sido as causas do acidente, é certo que o Airbus foi prejudicado pela ausência de uma área de escape na pista de Congonhas.
• O sistema de frenagem da aeronave não estava operando com 100% da sua capacidade, já que a companhia admite que o reverso da turbina direita estava desativado. Esse recurso, no entanto, não teria sido suficiente para parar o avião.
• O fato de a pista principal de Congonhas não ter grooving (sistema de ranhuras na pista que permite o escoamento da água em caso de chuva) pode ter influído de maneira decisiva no acidente.
Até que não cheguem as informações da caixa preta e as conclusões técnicas das perícias oficiais, tudo quer for afirmado é opinativo e deve ser avaliado com reservas. As informações novas devem ser vistas sobre esse ângulo, caso contrário corre-se o risco de dar notícias enganosas ou pior ainda, cometer injustiças.
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