23 de jul. de 2007

A Vaia Vista de Uma Forma Diferente

Carlos Chagas, valendo-se de fina cultura e irnonia. faz um deliciosa analogia entre Diógenes de Sinope, Alexandre Magno e a vaia levada no Maracanã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

DIÓGENES E LULA
Depois de vencer os gregos em Queronéia e antes de lançar-se à conquista da Ásia, Alexandre, o Grande, quis conhecer Diógenes, o homem mais sábio de Atenas, ex-banqueiro que morava num barril. Postando-se diante dele, o rei macedônio disse-lhe para pedir o que quisesse: tesouros, palácios e honrarias. Resposta do filósofo: "Majestade, não me tireis o que não me podeis dar."
A referência era para a luz do sol, pois Alexandre ficou entre ela e o grego que se aquecia. Guardadas as proporções, foi o que aconteceu com Lula diante da multidão, no Maracanã. Já irritada e massacrada, como expressão da classe média, a turma compareceu ao estádio para assistir a uma festa.
Era a luz do sol que todos desejavam. Quando o presidente começou a aparecer nos telões e, depois, tendo seu nome anunciado, 75 mil pessoas protestaram por lhes estar sendo retirado aquilo que não poderiam receber de Lula, ou seja, a alegria. Simples referências ao chefe do governo, e mais, à sua imagem, faziam os espectadores lembrar-se de agruras e dificuldades enfrentadas há muito.
Ignora-se o sucesso ou o malogro da expedição de Lula ao Império Persa, algo parecido com o sucesso final de sua administração. Mas, assim como Alexandre naqueles idos, o presidente retirou-se da presença de Diógenes, entristecido e sem ter conseguido deixar presente algum.
(*) ilustração: Diógenes por Gaetano Gandola (1790)

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