27 de jul. de 2007

Encosto

“Prá quem tá de enguiço até apito de trem é pio de ave mal agourenta”. A urucubaca encostou no presidente Lula e dá mostrar que vem para ficar. A única coisa que o manteve até agora, que o tolerou foi a herança maldita da estabilidade econômica que lhe foi deixada.
Mas desde ontem com as preocupações do mercado imobiliário e de crédito estadunidense, aliadas à alta do petróleo e a uma crise nos fundos australianos atingiram o Brasil.
Ontem o índice Bovespa caiu 3,78%, o dólar aumentou de 3,3% (R$ 1,928) e o risco do país subiu 146 pontos (51%)
Esquecem os gênios da economia governamental que está não se empurra com a barriga e mais, se os Estados Unidos espirram o Brasil fica gripado. (G.S.)
Escreve sobre o assunto Miram Leitão
A TURBULÊNCIA ERA ESPERADA
Os mais céticos já esperavam que houvesse algo semelhante a esse tremor no mercado que houve hoje. Dias atrás, fiz uma coluna ouvindo o economista José Roberto Mendonça de Barros, e o que ele disse foi que, às vezes, tem a impressão de que o mercado está fazendo um picnic à beira de um vulcão.
A imagem pode parecer forte demais, mas é o seguinte: todo o crescimento do mercado americano nos últimos anos foi puxado pelo mercado imobiliário. E foi exatamente nele que surgiu um enorme mico, as hipotecas subprime. O problema, disse-me José Roberto na época, é que ninguém sabe qual é o tamanho do mico e nem com quem está.
Muitos bancos e fundos puseram esses micos - hipotecas que dificilmente serão pagas - em suas carteiras. E, baseado neles, alavancaram grandes volumes de recursos. Isso aumenta o efeito da crise.
Que haveria uma chacoalhada muita gente esperava. Hoje os mais otimistas acham que está havendo apenas uma correção técnica: ou seja os ativos caem porque subiram demais. Outros mais pessimistas acham que é a primeira de uma série de turbulência e que, daqui para diante, o mundo está ficando pior.

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