13 de jul. de 2007

Parlamento em Férias

Por Plínio Zabeu

Começa na próxima segunda o período de recesso de férias que durará apenas alguns dias. Afinal nossos pouco ilustres parlamentares também têm o direito a um descanso maior que os 4 dias semanais como sempre fazem lá pelos lados da Ilha da Fantasia.
Ilha porque são isolados do resto do país. Fantasia porque tudo o que eles fazem lá é do tipo “faz de conta”. Tudo isso porque sabem muito bem quais são as conseqüências de tudo o que ocorre por lá: Pizzas de todos os gostos. Fim de tudo pela péssima memória da maioria dos brasileiros. Afinal não há na realidade motivos maiores para preocupações. Nossa economia vai muito bem. A inflação está sob controle. O Câmbio flutuante corresponde à finalidade pela qual foi adotado no governo pré-Lula. Há pelo menos 10 anos não existe crise financeira no mundo todo. Segundo o nosso presidente, “nunca neste mundo ocorreu tal progresso até que eu cheguei”.
Mas toda segurança do governo tem um preço. O maior preço é a negociação com partidos mediante compensações. Exemplo é a recente decisão de dividir a vice-presidência do Banco do Brasil com a única finalidade de colocar mais gente do partidão aliado, chefiado por um que não conseguiu ser eleito senador e não poderia ficar de fora da “porteira fechada”. Com ele virão centenas de funcionários admitidos sem concurso e ou sem competência. Afinal todos os que apóiam tem direitos.
Dentro do senado, o maior partido aliado, do qual faz parte o já tristemente famoso (uma moça desfilou dias deste por Brasília portando um cartaz: “Come eu Renan”) que começou falando, falando e depois foi se calando, calando, calando... A que ponto chegamos! Gozação extremamente desrespeitosa para com o terceiro na linha sucessória.
No reinício dos “trabalhos” legislativos, muita coisa terá que ser vista: Projetos, Medidas Provisórias, PAC, etc.. Eis que o caso será paulatinamente esquecido e tudo será encerrado. Até a última acusação, envolvendo familiares do adúltero, como a estranha venda de uma fábrica de suco para uma cervejaria, por 10 vezes o valor real, também não será investigada por falta de tempo.
Resta um consolo. Deputado Federal Paulo Renato de Souza (PSDB-SP) tem um projeto que cria um Tribunal Especial para julgar os “privilegiados”. Se for aprovado (coisa difícil de acontecer) nos custará a mixaria de 100 milhões anuais. Em compensação vamos ver todos os corruptos condenados a devolver o que nos roubaram.
Muito bom para ser verdade, mas pode ser alguma esperança.
pzabeu@uol.com.br

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