26 de out. de 2007

Eu e Enock. Enock e eu.

Tenho um amigo, petista convicto e irredutível. Nós nos conhecemos através do Jornal, eu com minha coluna no Jornal A Gazeta e ele no Jornal Circuito MT. Enock tinha o prazer de ler meus artigos só pra escrever criticando. Começou me chamando de reacionária, Diogo Mainard de saias, depois me promoveu e escreveu que Jorge Bornhausen era eu (sim, euzinha) de calças e jaquetão. Bem, nesse dia eu fiquei muito feliz, afinal, não sou eu que sou ele de saia, mas ele que sou de calças. Ou seja, subi de patamar no conceito de Enock, né?
Um dia Enock me ligou dizendo que queria me entrevistar. Pensei: hummmm, aí tem! O que este petista que só faz me criticar quer comigo! Até então não o conhecia pessoalmente. Aceitei e marcamos que eu iria até a redação do CircuitoMT.
Pois não é que no dia marcado eu amanheci com um olho fechado por uma conjuntivite? Era uma segunda-feira e remarcamos para a sexta. Na quinta foi meu outro olho que amanheceu ruim. Mas, pensava eu: se desmarcar novamente, esse petista vai achar que estou com medo dele. Portanto, eu vou!
Cheguei a redação parecendo um monstro com os olhos vermelhos, inchados e lacrimejando. E, sem saber o que me esperava lá, fui levando uma “arma secreta”. Assim que ele colocou o gravador dele em cima da mesa pra começar a entrevista, saquei minha “arma” de dentro da bolsa. Era o meu gravador que foi colocado ao lado do dele. Sê besta, e se o cara deturpasse tudo que eu dissesse! Hahaha Até hoje devo ter a fita guardada.
Mas tudo correu bem e a conversa foi tão boa, que desde então nos tornamos amigos. Às vezes ele me irrita tanto que chego a sapatear de raiva. Noutras vezes sou eu a irritá-lo. Neste ano tentamos ter um programa de entrevistas juntos. Ele, macaco velho em TV ia me ensinando, mas até na hora da gravação esse cabra me irritava. Enock ainda está à frente do programa que hoje é diário, eu pulei fora, cheguei a conclusão que ainda preciso aprender mais.
Pois bem, este irritante petista, ao relatar uma batalha que eu e os moradores da região onde moro estamos travando com um bar barulhento e uma administração municipal inepta, escreveu tanta coisa que olha?, tá perigando eu ficar insuportavelmente cretina.
Leia o artigo de Enock Cavalcanti abaixo.

Moradores rebelados contra o bar Caravelas
Por Enock Cavalcanti

*** Meus amigos, meus inimigos: tem hora que acho que Adriana Vandoni é uma bruxa, tem horas em que morro de amores por ela. Adriana é agressiva, Adriana comete injustiças contra alguns esquerdistas que prezo, usa uma linguagem de caminhoneiro de gosto duvidoso, mas sua pena implacável segue ampliando os espaços da mulher dentro dessa selva de homens que é o quadro dos analistas políticos da mídia mato-grossense. Só que Adriana, talvez pelo fato de ser mulher, mostra-se menos sectária do que seus inspiradores machistas, tipo Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, e consegue disparar petardos fulminantes também contra direitistas e conservadores notórios como Wilson Santos, Eliene Lima, Chica Nunes e tal e tal. Acho que ler Adriana Vandoni é uma experiência que mistura em nossas cabeças amor e dor, como naquele verso clássico de Monsueto.
*** A minha filha, a pequena Silvana, muitas vezes não compreende as batalhas contra alguns moinhos de vento contra os quais me lanço. Espero que o filho e a filha de Adriana Vandoni se orgulhem da mãe que tem, pois me parece que é uma mulher que veio para marcar a história do jornalismo mato-grossense e, mais amplamente, a própria historia de Mato Grosso. Essa batalha em que se envolveu, nos últimos dias, contra a algazarra noturna que estaria sendo produzida pelo bar Caravelas, numa das zonas nobres desta Cuiabá, é um bom exemplo da sua coragem e disposição. Vejam só que história: Ligia Menezes Biancardini, empresária, é proprietária do Caravelas, na esquina da Brigadeiro Eduardo Gomes com a Filinto Muller, no bairro Goiabeiras. Aparentemente sem ligar para a lei que fixa as posturas municipais, e apesar do seu estabelecimento funcionar em uma área residencial, resolveu animar o ambiente do seu bar com som eletrônico e música ao vivo. E a barulheira passou a romper as madrugadas, para o desespero de tantos quantos vivem nas cercanias. No meio da multidão de incomodados está a nossa Adriana Vandoni que mora, com o marido e a filha, em prédio vizinho ao bar. Alguns moradores têm ido até o Caravelas reclamar da barulheira que explode com suas tentativas de dormir em paz. Só que encontram em Lígia Menezes Biancardini uma empresária irredutível na defesa dos seus privilégios. De acordo com que a sra. Biancardini teria dito a alguns dos reclamantes, os moradores podem espernear o quanto quiserem pois, enquanto a prefeitura a deixar funcionando, o som não será reduzido. Imaginando que alguma força superior, talvez até divina, garante o funcionamento do bar, sem que tenha pago uma só multa aplicada pelos fiscais da Prefeitura, conforme consta nos processos, Adriana começou a se movimentar para saber quem é que banca este privilégio.
*** A barulheira promovida pelo Caravelas já é alvo de duas ações ações judiciais, pelo que levantou a Adriana: uma no Juizado Volante Ambiental – JUVAM, e outra no Ministério Público Estadual. A Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura diz que não atua mais decididamente diante do problema porque ações mais radicais como a interdição do estabelecimento ou a cassação do alvará de funcionamento dependem do desfecho destes processos na esfera judicial. No entendimento da inquieta reclamante, todavia, a questão só se tornou ação judicial por falta de ação da prefeitura de Cuiabá. E para fazer o secretário do Meio Ambiente, vereador Éden Capistrano, e seu assessor mais direto, Gilson Nunes, agirem, Adriana Vandoni, com um grupo de vizinhos, passou a comandar uma guerrilha de e-mails contra a Prefeitura, lembrando que, enquanto o Caravelas faz sua barulheira impunemente, um tratamento diferenciado foi dado a um carrinho de cachorro quente que fazia barulho próximo ao prédio em que mora o prefeito Wilson Santos, nas proximidades da Avenida 31 de Março. O tal carrinho foi fechado solenemente, sem que fosse preciso entrar com ações judiciais, conforme contaram fiscais da própria prefeitura.
*** Vejam só como é bonito o exemplo desta mulher que, se escorando na legislação, sai em defesa dos seus direitos e dos direitos de sua família. Fico imaginando como Cuiabá seria mais verde, mais sossegada, mais humana, se tivéssemos outras e outras adrianas vandonis se rebelando no centro da cidade e também nos bairros da periferia contra tantos e tantos desmandos praticados diante dos olhos cegos de autoridades ineptas ou comprometidas como o atual prefeito Wilson Santos. Lixo depositado em local inconveniente, terrenos públicos ocupados indevidamente, obras públicas tocadas de forma irregular, escolas públicas onde alunos assistem aulas como se estivessem em um chiqueiro. Defendendo o cumprimento da legislação vigente, uma rebelião deste tipo haveria de fazer de Cuiabá um paraíso na terra. Os homens e as mulheres de Cuiabá que se mirem no exemplo de Adriana Vandoni e compreendam que precisam se mexer para ser felizes. E quando falo em mexer, lembrando do estilo de Adriana, acrescento: mexer não somente com os quadris, na hora do coito.

8 comentários:

Anônimo disse...

Olha o balão de ensaio do 3º mandato ai gente!!!!!


senão houver chiadeira, eles vão em frente


Blogueiros uni-vos!!!!


aos teclados urgentemente !!

Unknown disse...

Adriana, eu queria ter "inimigos" deste tipo. Além de uma declaração de afeto, o cidadão acabou comprando sua briga. Continue, outros aparecerão para dar força. Você vai ganhar esta parada.
Parabéns.

Lúcio Lopes disse...

Adriana, não sabia que ainda há petista de esquerda. Tinha em conta que os petistas verdadeiros, ou deram no pé, como Plínio de Arruda Sampaio, ou morreram, como Florestan Fernandes.
Os que permaneceram pensava que assim o fizeram pra roubar.
Ainda bem que restou Enock Cavalcanti!

Abreu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Abreu disse...

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Adriana,

● Em primeiro lugar, desculpe-me por apagar meu comentário anterior, de 26/10/07 11:48 PM, pois estava tão incrivelmente mal escrito (com erros de ortografia e de gramática — para não dizer que foram só de "digitação") que não me restou alternativa ou opção: era apagar ou apagar — e reescrevê-lo — o que faço agora.

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Veja só que fato curioso: diferentemente do que disse o comentarista João, um pouco mais acima, fiquei com a mais nítida impressão de que esse tal de Enock Cavalcanti morde a assopra o tempo todo, com aquele cinismo todo peculiar dos petistas de carteirinha.

Se Você o classifica como "amigo", "problema seu", pois pelo menos os amigos a gente sempre pode escolher. No entanto, mesmo com o tal sujeito agindo como o capeta (cuja maior virtude é fazer o mal, induzindo o incauto a acreditar no contrário), Você ainda consegue chamá-lo de “amigo”?!? Oh, isso não!

Um indivíduo que como ele, tenha a pachorra de iniciar um artigo conclamando amigos e "inimigos", merece meu mais imediato desprezo. É muita preensão e dissimulação naquilo que segue escrito....

Mesmo sem conhecê-lo, o "conteúdo" do texto (de indisfarçável provincianismo) deixa-me ver com toda a clareza possível, que o escriba não passa de um capeta vermelhão, rabudo, com enormes cornos contorcidos na testa calva, ampla, e rubros olhos “escondidos” por trás de enormes lentes, com tridente em lugar da pena, todo sorridente e serelepe — fazendo escalada sobre Você para alcançar o propósito de te indispor ainda mais com aqueles que deveriam ser seus aliados — maliciosamente explorando o fato de que Você não se incomoda em criticar os aliados (exatamente como o alegra ver nos adversários, nas aparentes cizâneas!).

Aliás, Você já reparou que apesar de jamais fazerem o mesmo (criticarem verdadeiramente e se afastarem realmente de seus iguais), a petralhada a-do-ra dizer que os adversários bons sejam só aqueles que criticam de público os próprios aliados? Pois é. Essa gente de alma feia só age assim para que a multidão ignara lhes dê razão quando elles dizem que os políticos são todos iguais e que elles não são piores do que os tucanos (por exemplo).

Mas no fim, não deixe de perceber que depois de tentar uma escalada usando seu nome e prestígio, o sujeito cujo “texto” exala enxofre, continua querendo te derrubar...

Cuidado com certos "amigos", hein!

Forte abraço,

Abreu disse...

Ah!, Adriana,

Faltou dizer só mais o seguinte: em relação a esse tal de Enock, Você está agindo exatamente igual aos tucanos com os peterastas de Brasília , sempre, inexplicável e incrivelmente atraídos pelo encanto da lábia maliciosa dos adversários, indo direto para o cada-falso (não!, não foi erro de ortografia não!)...

Preste atenção e reflita!

Repare bem.

Cassio disse...

Abreu, você se enganou. Acho que o encanto foi inverso.
Quando ele disse que Adriana não é "sectária", foi por perceber que nem todos "não esquerdistas" são mau intensionados.
Existe, de ambos os lados, pessoas que desejam o bem para o nosso povo. São poucos, mas devemos saber vê-los.
Abs

Abreu disse...

Cássio,

Tomara seja, pois embora eu "não erre com muita freqüência", também não não sou infalível. Estou muito longe de Vocês, não conheço a realidade local e (sem querer ser juiz), fiz meu julgamento pelo que li no artigo transcrito e depois de procurar (e achar dois ou três) textos assinados pelo amigo petista da Adriana, no Google.

Relendo o que escrevi, parece que "peguei pesado", mas se errei na análise, terei que enfiar minha viola no saco.

Abraços e sucesso a todos.