30 de jan. de 2008

Novo ano, novos escândalos

Por Pedro Oliveira - Jornalista e presidente do Instituto Cidadão

As metas perseguidas pelo político brasileiro hoje são o poder e o dinheiro. Às favas o povo, os princípios e a vergonha.

Guardadas as fantasias do carnaval, cessados os clarins e o reinado de Momo vão estar de volta ao funcionamento o Congresso Nacional, as Assembléias Legislativas e as Câmaras de Vereadores. Isto significa dizer que também estarão de volta os escândalos, as amantes mantidas com o dinheiro público, a corrupção, as licitações fraudadas, as propriedades e carros de luxo comprados com o dinheiro da merenda escolar, da saúde e da fome dos miseráveis. È preciso muito cuidado e vigilância até porque durante o período de recesso parlamentar alguns devem ter feito “cursos de especialização” nas “academias” do colombiano Juan Carlos Abadia, ou ainda com o conhecido mafioso italiano Massimo Bonetti. Os mais modestos ficaram por aqui mesmo nas lições de Saulo da Rocinha (o Barão do Pó preso na paradisíaca praia de Maragogi, em Alagoas) ou em “curso por correspondência” com Fernandinho Beira Mar e Marcola. Sinal de que a Polícia Federal vai ter muito trabalho para colocar políticos na cadeia, o Ministério Público para denunciá-los e o Judiciário para sentar em cima de seus processos e cantar versos da marchinha de carnaval... “Daqui não saio daqui ninguém me tira”.
Mas ninguém pense que tudo ficou parado enquanto a corruptela parlamentar curtia “la dolce vita” com suas longas e abonadas férias. O governo Lula, como não poderia deixar de ser, se encarregou de tomar para si as ações marginais até porque é deste assunto que eles mais entendem.

Ministra da igualdade se esbalda com o dinheiro do povo

“Que igualdade que nada, eu quero mesmo rosetar”. Deve ter imaginado a ministra Matilde Ribeiro, titular da Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial quando usou o cartão de crédito corporativo do governo para fazer compras pessoais no free shop, na volta de uma de suas muitas viagens ao exterior. O mesmo deve ter feito quando voltou da África, Cuba, Quênia, Congo, Senegal e África do Sul. Trabalhar mesmo ninguém nunca viu a ministra em ação efetiva, mas gastar o dinheiro público ela sabe como poucos. Está comprovado que a ministra da igualdade não é assim tão igual aos simples mortais quando compra com o cartão corporativo em bares, choperias, restaurantes, rotisseries e padarias. O bar Amarelinho, no Rio de Janeiro, que serve o chope mais gelado da cidade ou na padaria Bella Paulista, que fica aberta 24 horas por dia e é freqüentada por boêmios e notívagos paulistanos ( gosto desta padaria, só que é boa, mas muito cara).Os restaurantes italianos, árabes e japoneses são os preferidos do cartão da doce Matilde.O mesmo cartão esteve no luxuoso Hotel Pestana, um cinco estrela na praia de Copacabana, por 22 vezes, só no ano passado.Onde está a ética da ministra? Mergulhada no charco putrefato do governo petista?

Governo desconfia do governo
Não é só Matilde Ribeiro que usa e abusa do cartão corporativo. Esta semana aparece mais um companheiro em suas estripulias. A ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, pediu a CGU que investigue o ministro da Pesca, Altemir Gregolim, também por suposto uso irregular do dinheiro público. O Tribunal de Contas da União tem informações consistentes do uso irregular do cartão corporativo por agentes do governo, inclusive a presidência da República. O governo gastou em apenas um ano mais de R$ 75 milhões com compras feitas pelos suspeitos cartões.
E assim vamos nós levando a vida, rodeados de novos escândalos a cada dia, patrocinados por um governo despreparado e aparelhado para a corrupção e de políticos cujas metas perseguidas são o poder e o dinheiro sujo das negociatas de balcão de bordel, dispostos a afrontar a todos com seus atos de corrupções e crimes hediondos contra a miséria do povo.

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