27 de fev. de 2008

Palocci, será que se sairá comendo pizza?

Por Villas-Bôas Corrêa

Como eco longínquo de estrondo perdido na memória, um dos escândalos da rodada inaugural de uma série que parece não ter fim - a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-ministro e atual deputado federal Antonio Palocci, da impoluta bancada do PT-SP - remexe na ferida gangrenada que resiste a todas as curas do esquecimento e cutuca na inevitável rememoração da seqüência de denúncias, que ora divide o seu espaço na ribalta com o escabroso episódio dos saques nos cartões de crédito corporativo para o pagamento de despesas em free shop, aluguel de carro com motorista e demais excentricidades de ministros, secretários e assessores privilegiados.
O desencarnado que baixa em roda de candomblé é emblemático. Não se trata de mais uma conta no colar das mutretas. O centro da denúncia do procurador-geral é a quebra do sigilo funcional, determinada pelo então ministro da Fazenda do governo do presidente Lula, das informações bancárias do modesto caseiro Francenildo dos Santos Costa.
De cambulhada no mesmo saco também foram denunciados o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, e o ex-assessor de imprensa de Palocci, Marcelo Netto, acusado de obter os extratos bancários do caseiro, que foram divulgados pela revista Época.
Na rolagem da bolota de lama, imprensado contra a parede, o caseiro Francenildo soprou o trombone dos segredos, há muito sussurrados nas fofocas brasilienses: o mais importante ministro do governo, da pasta da Fazenda, intensamente badalado pelo sucesso do programa de combate a inflação, era freqüentador de uma mansão no bairro nobre de Brasília, centro de encontros amorosos e de transas de lobistas da turma de assessores do então prefeito de Ribeirão Preto. (leia mais)

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Sabe o que nos parece essa sucessão de escândalos? Que os integrantes atuais e os ex, do governo do glorioso partido, somente são bons quando podem imprimir e pendurar na parece, como 'diplomas', denúncias judiciais e relatos meio escabrosos do passado . Se não, não servem. Cada vez tenho mais certeza que o Brizola teve o maior 'insight' de toda sua vida quando cunhou o apelido 'sapo barbudo'. Somente agora 'caiu a ficha': sapo vive no brejo...

Anônimo disse...

Bom dia, Giulio, bom dia Magu, estamos mesmo sob o signo da corrupção. Apesar da impunidade (e o tal do Palocci vai sair ileso dessa), há setores da Justiça que não estão corrompidos. E o trabalho investigativo, principalmente de blogs como este, na minha opinião, já estão surtindo resultados.