No dia 7 de fevereiro clamei “Marina sai daí, volta para o Senado”, infelizmente ela não ouviu o apelo e continuou a bater de frente com os que defendem a ocupação da Amazônia a qualquer custo, um pensamento que expus nos textos intitulados “A Amazônia colhe o que a ditadura militar plantou” e “Descaso da União é a causa dos problemas na Amazônia”.
O governo Lula vinha cedendo, há muito tempo às exigências dos que querem continuar o modelo predatório de ocupação da Amazônia incentivado pela ditadura militar.
Marina era o instrumento que desafinava na orquestra regida pelo presidente Lula.
O pedido de demissão de Marina veio tarde e atrasado, foi uma demissão anunciada. Faz tempo, que ela se sentia insatisfeita e frustrada com os empecilhos à implantação de seus projetos e ideais. Por isso, em 7 de fevereiro clamei que Marina voltasse para o Senado.
Até esta terça-feira, 13, havia quatro remanescentes do primeiro escalão nomeado por Lula em janeiro de 2003: Gilberto Gil (Cultura), Celso Amorim (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente) e Henrique Meirelles (Banco Central). Quatro grifes internacionais, cada qual em sua especialidade. Lula agora só tem três, pois perdeu a mais vistosa e a que mais destoava de seu governo.
A frase “perco o pescoço, mas não perco o juízo” proferida por Marina é a prova de sua resistência.
Andam dizendo que a gota d’água da demissão foi à entrega da coordenação do Plano Amazônia Sustentável (PAS) ao ministro Mangabeira Unger. Pura ilação da imprensa. O PAS é obra antiga do ex-ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), um projeto sofrível que foi completamente desfigurado pela intervenção de Dilma Rousseff e Mangabeira Unger.
O PAS de Marina é outro, talvez o implantado no Amapá em 1995 e que vingou até abril de 2002, quando João Capiberibe deixou o governo.
A demissão de Marina tem muito mais a ver com o que escrevi em fevereiro de 2007.
O calvário de Marina começou no início do mandato, em 2003, quando perdeu a batalha pela Lei de Biossegurança e contra os alimentos transgênicos (modificados geneticamente). Contra a vontade da ministra, o plantio da soja transgênica foi aprovado.
Há tempos ela perdeu a queda de braço com Dilma Rousseff, defensora da construção das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, e de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Marina perdeu seguidas batalhas no Congresso Nacional com os votos de companheiros petistas, como o projeto aprovado nesta terça-feira, 13, na Câmara, que vai regularizar a grilagem de terras na Amazônia e se sentiu impotente para conter a expansão do plantio de cana na Amazônia, no cerrado do Centro-Oeste e no Pantanal.
Além disso, nada pode fazer diante do avanço do agronegócio rumo às áreas de floresta amazônica ou para conter a viagem do ministro Mangabeira Unger à Amazônia com a autorização de Lula para fazer um planejamento para a região.
Achar os motivos para explicar a saída de Marina é mole como tirar pirulito da boca de menino.
Ela pediu o boné porque foi desrespeitada, desde 2003, pelos “companheiros” do governo Lula com o beneplácito do chefe.
O que choca é que só agora entidades ambientalistas lamentem a saída de Marina, pois não me lembro de ter lido o WWF-Brasil ou Greenpeace defendendo a Marina dos ataques de Blairo Maggi ou Ivo Cassol.
Resumo da ópera: Marina sempre falou sozinha nos cinco anos e cinco meses que ocupou a pasta do Meio Ambiente.
Até esta terça-feira, 13, havia quatro remanescentes do primeiro escalão nomeado por Lula em janeiro de 2003: Gilberto Gil (Cultura), Celso Amorim (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente) e Henrique Meirelles (Banco Central). Quatro grifes internacionais, cada qual em sua especialidade. Lula agora só tem três, pois perdeu a mais vistosa e a que mais destoava de seu governo.
A frase “perco o pescoço, mas não perco o juízo” proferida por Marina é a prova de sua resistência.
Andam dizendo que a gota d’água da demissão foi à entrega da coordenação do Plano Amazônia Sustentável (PAS) ao ministro Mangabeira Unger. Pura ilação da imprensa. O PAS é obra antiga do ex-ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), um projeto sofrível que foi completamente desfigurado pela intervenção de Dilma Rousseff e Mangabeira Unger.
O PAS de Marina é outro, talvez o implantado no Amapá em 1995 e que vingou até abril de 2002, quando João Capiberibe deixou o governo.
A demissão de Marina tem muito mais a ver com o que escrevi em fevereiro de 2007.
O calvário de Marina começou no início do mandato, em 2003, quando perdeu a batalha pela Lei de Biossegurança e contra os alimentos transgênicos (modificados geneticamente). Contra a vontade da ministra, o plantio da soja transgênica foi aprovado.
Há tempos ela perdeu a queda de braço com Dilma Rousseff, defensora da construção das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, e de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Marina perdeu seguidas batalhas no Congresso Nacional com os votos de companheiros petistas, como o projeto aprovado nesta terça-feira, 13, na Câmara, que vai regularizar a grilagem de terras na Amazônia e se sentiu impotente para conter a expansão do plantio de cana na Amazônia, no cerrado do Centro-Oeste e no Pantanal.
Além disso, nada pode fazer diante do avanço do agronegócio rumo às áreas de floresta amazônica ou para conter a viagem do ministro Mangabeira Unger à Amazônia com a autorização de Lula para fazer um planejamento para a região.
Achar os motivos para explicar a saída de Marina é mole como tirar pirulito da boca de menino.
Ela pediu o boné porque foi desrespeitada, desde 2003, pelos “companheiros” do governo Lula com o beneplácito do chefe.
O que choca é que só agora entidades ambientalistas lamentem a saída de Marina, pois não me lembro de ter lido o WWF-Brasil ou Greenpeace defendendo a Marina dos ataques de Blairo Maggi ou Ivo Cassol.
Resumo da ópera: Marina sempre falou sozinha nos cinco anos e cinco meses que ocupou a pasta do Meio Ambiente.
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