Fim de Festa

Por Giulio Sanmartini

Há muitos anos tinha um amigo casado, mas andou pulando a cerca. A criatura com quem ele saia tinha uma tendência à porra-louquice. Por exemplo, eles saiam às seis da noite, tudo ficaria bem se as coisas se resolvessem de forma normal, mas não, a vontade de “chamuscar” só pegava na tal lá pela meia noite ou uma da manhã, resultado, meu amigo chegava em casa às desoras. Foi arrumando desculpas, a primeira colou, segunda mais ou menos, a terceira deixou mais dúvidas que certezas, daí para frente a cada chegada seu prestígio de degenerava, ainda mais que era verão e a claridade da madrugada se fazia presente bem cedo. Como se sabe, uma coisa é chegar de madrugada, outra muito pior e chegar com a noite desbotado e o dia já clareando.
No dia 31 de dezembro receberiam alguns amigos para um churrasco, meu amigo estava no quintal preparando a carne e arrumando o braseiro, sua mulher que numa mesa fazia a salada de repente o chamou pelo nome:
- Roberto!
Ele até assustou-se ninguém em sua casa lhe dirigia mais a palavra, nem o cachorro, que há tempos já deixara de abanar-lhe o rabo, se dignava a olhá-lo., mas prontamente respondeu:
- Sim!
- Roberto, você está com mulher na rua? – perguntou energicamente
- Claro que não! – disse ele cheio de convicção.
- Então Roberto, as festa acabaram. Será que me fiz clara?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava em festas desde o dia 1° de janeiro de 2003, todavia no dia 13 de julho passado, na abertura dos Jogas Pan-Americanos ele foi ruidosamente vaiado por mais de uma vez por um inteiro Maracanã lotado. Logo depois aconteceu o trágico acidente aéreo em Congonhas (SP) deixando duas centenas de mortos. Lula não teve coragem de aparecer e por temor covardemente escondeu-se. Seus infortúnios foram se sucedendo, a obscenidade cruel de seu assessor, o seu cagaço (desculpem o termo) de ir ao Sul, preferindo o Nordeste onde tem farta distribuição de “bolsas esmola” aos miseráveis, mas mesmo lá foi alvo de vaias.
Acendeu a luz amarela de alerta paras os sectários esquerdopatas oportunistas de plantão, que usam como método o anacrônico sistema de ridicularizar aquilo que não podem vencer. Assim declaram que os apupos nordestinos eram programados e juntaram somente quatro gatos pingados.
Mas até a mídia internacional que sempre paparicou Lula, não pôde deixar de criticar sua omissão desumana, mal educada e inadmissível, no que concerne ao acidente aéreo.
O subserviente ministro dos Esportes recebeu ordens de mentir no sentido de explicar a ausência do presidente no encerramento dos Jogos Pan-Americanos e o fez de forma infantil e primária: “O presidente tem dificuldades de participar do encerramento não por conta de vaias, mas por conta de agenda. O Brasil enfrenta algumas dificuldades que estão aos olhos de todos. O presidente Lula está concentrado para enfrentar essas dificuldades”.
Pois é seu Lula, pelo andar da carruagem, parece que para o senhor as festas acabaram.

(*) na foto o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, Lula e o governador Sérgio Cabral (RJ) no Maracanã segundos antes que as vaias começassem. O presidente ainda está com cara de festa