13 de mar. de 2008

Que bicho mordeu o povo

Por Chico Bruno

Pela primeira vez, nas últimas eleições municipais, chegamos a março sem ter uma definição no quadro dos candidatos a prefeito nas grandes e médias cidades do país, mesmo onde o prefeito pode ser candidato à reeleição, como é o caso de São Paulo.
Nas cidades onde o prefeito está no segundo mandato à coisa pega. Em Feira de Santana, o prefeito reeleito José Ronaldo, apesar de bem avaliado, até agora não conseguiu definir quem será seu candidato. Esse quadro se sucede em muitos outros municípios.
Aliás, isso está incomodando até o presidente Lula. Em alguns lugares sua base aliada tem vários candidatos. Um exemplo disso é Salvador. Por isso, Lula já avisou que não pisará onde a base aliada tiver mais de um candidato.
Em 2004, por exemplo, a essa altura do campeonato, os postulantes a prefeito já estavam definidos na maioria das cidades e os candidatos já estavam comendo poeira nas periferias.
Esse ano está todo mundo escondendo o jogo. No sul da Bahia, em Itabuna, por exemplo, o PT esconde o jogo entre Geraldo Simões ou sua mulher.
No Rio de Janeiro, o PMDB não decide se lança candidato ou se alia ao DEM. Fica naquela conversa mole de boi dormir aguardando o desenrolar dos fatos.
Marqueteiros andam indóceis, pois ninguém define nada. É consulta para lá, para cá e dindin que é bom nadica de nada.
Quem está se esbaldando com a indefinição de candidaturas são as empresas de pesquisas qualitativas e quantitativas, algumas, inclusive, rejeitando clientes.
A indefinição de candidaturas tem muitas explicações, mas as principais são a falta de recursos, gerado pelas inúmeras operações da Polícia Federal contra a corrupção, as possíveis punições as pré-campanhas pela Justiça Eleitoral e a não exposição de candidatos com muita antecedência.
Essa última explicação, por exemplo, tem tudo a ver com o que está acontecendo em Macapá, onde o PSB está tirando o sono dos adversários e da mídia pela indefinição da candidatura do partido.
Com isso, o partido ganha espaço na mídia, que tenta a todo custo desvendar o mistério.
Aliás, o que não falta ao PSB de Macapá são nomes, pois, os tem em excesso.
Por isso, um marqueteiro amigo, que inspirou o artigo, me perguntou:
- Que bicho mordeu o povo?

Um comentário:

Anônimo disse...

Em São Paulo, li uma declaração de Serra que a aliança PSDB-DEM provavelmente vai ser desfeita em função de uma dupla candidatura: Alckmin e Kassab, o que não impede que, no segundo turno, ela volte a ser celebrada.
A conferir. Esse Alckmin, à la Aécio, acredita na democracia com várias alianças, mas não acredita na aliança que ele já tem.